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Lisboa

As calçadas de pedras portuguesas continuam as mesmas há séculos. O sobe e desce das colinas, desde sempre. Os bondes elétricos continuam a circular, assim como os elevadores públicos com ares de antigamente continuam a subir e descer o dia todo. As quitandas de bairro resistem bravamente em pleno século 21, as tascas seguem populares e a multidão à espera das fornadas quentinhas de pastéis de nata não diminui. O melhor de Lisboa não mudou. O resto… bem, o resto mudou. E mudou muito, para melhor.

Portugal está tão na moda que já virou clichê dizer que Portugal está na moda. E Lisboa, como principal porta de entrada, é também seu maior cartão de visitas. Não foi da noite para o dia que o mundo resolveu virar todos os holofotes para esta tripinha da Península Ibérica debruçada sobre as águas do Atlântico, mas é inegável: nunca houve tanta novidade, tanta badalação, tanto prêmio (de melhor cidade do mundo nos Design Awards da revista inglesa Wallpaper, um marco em 2017, a melhor cidade do mundo nos World Travel Awards nos últimos dois anos).

Novos museus, edifícios assinados por grandes arquitetos de fama mundial, um número cada vez maior de restaurantes estrelados pelo Guia Michelin, bares dedicados inteiramente a cervejas artesanais, gins e drinques elaborados, rooftops descolados, lojas incríveis, hotéis design, feiras de arte… a lista de boas novas é infindável e o reflexo vê-se nas ruas da cidade, cada vez mais cheias. Os franceses não param de chegar para ficar – os brasileiros, também não. Ingleses se multiplicam a cada esquina, quase na velocidade dos chineses, caso isso fosse geneticamente possível. Lisboa está cosmopolita, alegre, fervilhante. O melhor? O melhor de Lisboa não mudou nada. Ou quase.